BAUHAUS

Bárbara Celina
16 de fev. de 2015
3 min de leitura

A Staatliches-Bauhaus (Casa Estatal da Construção) ou simplesmente BAUHAUS foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha.

Partindo de um projeto que intencionava a combinação entre arquitetura, artesanato e academia de artes, o arquiteto Walter Gropius fundou na cidade independente de Weimar em Abril de 1919, o que viria a ser uma das maiores influências e expressões do design Moderno.

O prédio da Bauhaus em Weimar

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, uma renovação da história, inclusive da história da arte, e sua expressão diante da produção industrial foi percebida. Essa nova era exigiria um novo estilo arquitetônico e uma nova maneira de se conceber os artefatos de consumo.

Walter Gropius, alemão nascido em Berlim, fundou a escola com o apoio de colegas arquitetos e artistas de vanguarda, o que se considerava incoerente dentro do campo das artes. Praticamente transformando a antiga escola que dirigia, a Escola de Artes Aplicadas de Weimar, ele tentou integrar as artes aplicadas e o artesanato ás Belas Artes, consideradas superiores. Inspirado em tentativas como o Arts & Crafts e o Art Nouveau, a ideia de desfazer o conflito Artes Aplicadas x Belas Artes, originou o conceito moderno de Design.

Walter Gropius (cerca de 1919) - Foto: Louis Held

Os mestres posam para uma fotografia no telhado do edificio da Bauhaus em Dessau - Da esquerda para a direita: Josef Albers, Hinnerk Scheper, Georg Muche, László Moholy-Nagy, Herbert Bayer, Joost Schmidt, Walter Gropius, Marcel Breuer, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Lyonel Feininger, Gunta Stölzl e Oskar Schlemmer

O que era produzido e estudado na Bauhaus influenciou a estética moderna, funcionalista, e consequentemente, o que é ensinado hoje em dia nas escolas de design mundo a fora. Foi na Bauhaus que se idealizou o designer não só como o projetista, mas o responsável pelo projeto em todas as escalas humanas (sociais, culturais, antropológicas, estéticas). O designer precisava ter noção de como aquele objeto funcional interagiria com o usuário, e foi então que surgiu também a aplicação das leis da gestalt no design.

Linha para chá e café, de Marianne Brandt

Cuna triangular, Peter Keler 1922

Cadeira Wassily, criada por Marcel Breuer em 1925

Figurinos para teatro/ballett Dentre os ideais pregados por essa nova escola, estavam a primatização da funcionalidade, do baixo custo e a produção em massa, sem esquecer de todos os princípios criativos envolvidos no processo. Era essencial que se abusasse da tecnologia desenvolvida pela humanidade, sem deixar de lado o campo das artes.

A dinâmica dentro da Bauhaus, primatizava sempre um paralelismo entre o ensino teórico e prático, e o contato entre realidade e trabalho, juntamente com um forte corpo docente que incluía personalidades renomadas como o pintor e poeta suíço Paul Klee e o pintor Johannes Itten (criador do Disco de Cores).

Os quadros do governo fizeram com que a escola se mudasse para cidade de Dessau em 1925. A medida que o governo nazista tomou poder, Gropius deixou a direção da Bauhaus em 1928, e continuou sua carreira emigrando para os EUA , dois anos depois. A direção da escola ficou nas mãos de Hannes Meyer que não durou muito pois acabou sendo expulso devido a ligações com o Partido Comunista, indo de encontro ao então governo da Alemanha.

O arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe assumiu o cargo de direção na Bauhaus. Enraizado nas tendências vanguardistas (Expressionismo, o Suprematismo, o Construtivismo russo e o De Stijl), ele foi uma figura importantíssima dentro do que é conhecido como Estilo Internacional.

Da arquitetura á tipografia (momento de surgimento da Helvetica), o estilo internacional descartava o ornamento, priorizando a funcionalidade, o racionalismo, a geometria clara e a sofisticação. Van der Rohe foi o criador de uma das frases mais famosas entre os designers: "Less is more" (Menos é mais).

Em 1932 a sede da escola mudou-se para Berlim. Um ano depois, em 1933, a escola que era financiada pelo governo teve de fechar suas portas. Isso ocorreu por causa da pressão do Governo Nazista, que identificou ameaças comunistas antipáticas, até porque ali estudavam e ensinavam muitos artistas russos.

Mies Van der Rohe tornou-se assim, o último professor da Bauhaus, e teve também sua arquitetura modernista rejeitava pelo governo, que a considerou como anti-nacionalista. Em 1933, o arquiteto partiu também para a América, onde se naturalizou estadunidense, onde pôde concluir sua obra no cenário promissor que ocorria por lá, tornando-se um dos maiores nomes da arquitetura do século XX.