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Pode a Arquitetura alterar o cérebro?

  • Bárbara Celina
  • 9 de mar. de 2015
  • 3 min de leitura

Arquitetos, desde sempre, são profissionais cuja área de atuação toca muitos outros campos da atividade e do conhecimento humano. A engenharia e a arte, são os mais óbvios. Mas também a física e a filosofia. E (por que não?) a NEUROCIÊNCIA.

O envolvimento entre aqueles que pensam o espaço e aqueles que estudam o próprio pensamento se aprofundou.

Na convenção anual de arquitetos, nos Estados Unidos, o sociólogo e arquiteto John Zeisel se aventurou a palestrar sobre neurociência. Para a sua surpresa, a audácia foi bem-recebida, e a sessão se prolongou além do previsto, repleta de perguntas da plateia. Sua pesquisa tratava dos ambientes construídos para receber pacientes de Alzheimer. “Os arquitetos já entendem de estética e psicologia, o próximo passo é compreender o cérebro e seu funcionamento, percebendo por que as pessoas se sentem melhor em certos ambientes”, instigou.

Para elucidar suas ideias, Zeisel deu o exemplo de Jonas Salk, que, enquanto buscava a cura para a poliomielite, se mudou para a Itália. O cientista sentia que suas capacidades mentais eram aumentadas ou tinham maior fluência dentro da Basílica de São Francisco de Assis – um edifício do século 13 com estilo romanesco. Ele defendeu até o fim da vida que aquela arquitetura teve algum papel em clarear seus pensamentos, removendo as obstruções e permitindo que ele, de fato, encontrasse a resposta que procurava. Anos depois, ao fundar a sua própria instituição de pesquisa, o Instituto Salk, em La Jolla, Califórnia, ele pediu ao arquiteto Louis Kahn que tentasse recriar a aura de estímulo cerebral da basílica numa arquitetura totalmente diferente. O campus, inteiro de concreto, com abundância de luz natural, vista para o oceano Pacífico e uma larga praça central, ecoa a tranquilidade monástica do templo em Assis.

Basílica de São Francisco de Assis, em Assis, Itália

Instituto Salk, San Diego, Estados Unidos

Hoje a Academia de Neurociência para Arquitetura (ANFA na sigla em inglês) acredita que o estudo do sistema nervoso pode fazer a maior contribuição para o campo da construção desde os estudos de física do século 19, que estabeleceram novos métodos estruturais, acústicos e de iluminação.

Se os arquitetos dominarem este novo campo de conhecimento, as possibilidades são incríveis. Poderíamos acabar com locais públicos e privados formatados para as mais diferentes deficiências mentais. Imagine: hospitais com caminhos tão intuitivos que ninguém se perderia neles, ou maternidades cuja arquitetura ajuda no desenvolvimento cerebral dos bebês e até clínicas que recuperam autistas e ajudam os pacientes que sofrem de perda de memória a lembrar. Estima-se que os seres humanos passem 90% das suas vidas confinados em ambientes construídos. No entanto, é muito recente o interesse da neurociência no campo da construção.

Um estudo do Heschong Mahone Group, demonstra o impacto da luz natural em escolas. Segundo o grupo, as notas de matemática e leitura melhoraram 20% em salas comprovadamente bem-iluminadas. O projeto destes recintos não levou em conta a questão neural, mas os padrões internacionais de sustentabilidade estabelecidos pela Liderança em Energia e Design Ambiental (LEED na sigla em inglês). Se um desenho pode ser saudável para o planeta, um projeto também pode ser salubre para o cérebro.

O incentivo de alianças entre os profissionais arquitetos e neurocientistas já é sugestão, do mesmo modo que há um consultor de acústica envolvido no desenvolvimento dos projetos, poderia também um cientista participar do processo? Será este o futuro da arquitetura? Leia o texto na integra: http://casavogue.globo.com

Até o próximo post! Beijos.

 
 
 

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